CUIDADO DOS OUTROS
As pessoas têm medo de morrer mais pelo que fizeram no passado do que quanto ao que poderia acontecer com elas depois do fim da vida.
Darcy Ribeiro tinha câncer e, antes de morrer, sempre fugia do hospital. Ele dizia que precisava terminar alguns livros importantes para o povo brasileiro. Missão nobre. Lembra um pouco a história do filme “O Sétimo Selo”.
Eu fiz o que tinha que fazer, fui bem além do que esperavam de mim e, em certos momentos, tive que lutar comigo mesmo em sérias crises de depressão. Não sou um vencedor nem um perdedor.
Estudei bastante, trabalhei em algumas instituições como pesquisador e principalmente como professor: escolas estaduais ou privadas, na universidade federal e em faculdades particulares. Trabalhei nos ensinos básico, médio e superior (aqui foram mais de 16 anos).
Fiz teses. Publiquei livros, artigos científicos, apresentei trabalhos em congressos e participei de bancas examinadoras. Acredito que, profissionalmente, dei a minha contribuição para a sociedade. Para conferir, basta digitar o meu nome no “google”.
Esse, aliás, é o ponto central da humanidade desde a Grécia Antiga: o que você fez pela comunidade e que ajudará a todos ao longo dos anos. Será que viver só as tarefas do cotidiano – estudando, trabalhando, pagando contas e se divertindo nos finais de semana – pensando unicamente num projeto pessoal seria suficiente para o potencial do ser humano e explicaria a necessidade de sua existência neste planeta?
Sempre existiram pessoas individualistas, avarentas e que apenas pensariam em acumular bens materiais. No capitalismo, o problema passou a ser o elogio deste tipo de postura.
Aceitar as coisas como são, claro, significa abdicar de viver. Ser “revolucionário” (em termos sociais) o tempo inteiro pode ser um sintoma de fuga de si mesmo.
O problema, mais uma vez, é verificar cada caso. A melhor maneira é a autocrítica. O que você fez na vida até aqui – para você e para os outros? Tem a consciência tranquila da vida que levou? Tem medo da morte porque ela significaria a punição por tudo de errado e desonesto que você fez com os outros?
Tentar responder essas três perguntas seria um bom começo para uma autocrítica e pode significar o início de um processo de autoconhecimento.
profelipe © 16-07-2014
As pessoas têm medo de morrer mais pelo que fizeram no passado do que quanto ao que poderia acontecer com elas depois do fim da vida.
Darcy Ribeiro tinha câncer e, antes de morrer, sempre fugia do hospital. Ele dizia que precisava terminar alguns livros importantes para o povo brasileiro. Missão nobre. Lembra um pouco a história do filme “O Sétimo Selo”.
Eu fiz o que tinha que fazer, fui bem além do que esperavam de mim e, em certos momentos, tive que lutar comigo mesmo em sérias crises de depressão. Não sou um vencedor nem um perdedor.
Estudei bastante, trabalhei em algumas instituições como pesquisador e principalmente como professor: escolas estaduais ou privadas, na universidade federal e em faculdades particulares. Trabalhei nos ensinos básico, médio e superior (aqui foram mais de 16 anos).
Fiz teses. Publiquei livros, artigos científicos, apresentei trabalhos em congressos e participei de bancas examinadoras. Acredito que, profissionalmente, dei a minha contribuição para a sociedade. Para conferir, basta digitar o meu nome no “google”.
Esse, aliás, é o ponto central da humanidade desde a Grécia Antiga: o que você fez pela comunidade e que ajudará a todos ao longo dos anos. Será que viver só as tarefas do cotidiano – estudando, trabalhando, pagando contas e se divertindo nos finais de semana – pensando unicamente num projeto pessoal seria suficiente para o potencial do ser humano e explicaria a necessidade de sua existência neste planeta?
Sempre existiram pessoas individualistas, avarentas e que apenas pensariam em acumular bens materiais. No capitalismo, o problema passou a ser o elogio deste tipo de postura.
Aceitar as coisas como são, claro, significa abdicar de viver. Ser “revolucionário” (em termos sociais) o tempo inteiro pode ser um sintoma de fuga de si mesmo.
O problema, mais uma vez, é verificar cada caso. A melhor maneira é a autocrítica. O que você fez na vida até aqui – para você e para os outros? Tem a consciência tranquila da vida que levou? Tem medo da morte porque ela significaria a punição por tudo de errado e desonesto que você fez com os outros?
Tentar responder essas três perguntas seria um bom começo para uma autocrítica e pode significar o início de um processo de autoconhecimento.
profelipe © 16-07-2014