SABER OU PARECER SABER April 6, 2014
Os professores universitários brasileiros ainda utilizam velhas desculpas para justificar a falta de algo fundamental: a produção de conhecimento. Eles são, no geral, “repetidores” do que encontram nos livros traduzidos de outros autores. Trabalham basicamente com fontes secundárias. Não ousam publicar livros com bases em pesquisas científicas. As dissertações e teses, com a influência de supostas modas acadêmicas (como o estruturalismo, a “nouvelle histoire”, o fim da história, entre outras), acabam sendo resultados de pesquisas com poucas fontes primárias associadas aos temas do momento.
Outro problema é trabalhar com livros originais (e não os traduzidos). Alguns trabalhos até citam obras originais. No “Lattes”, os professores colocam que são “fluentes” em várias línguas estrangeiras. Para fazer o mestrado no país, é necessário ser aprovado em um teste de uma língua estrangeira. No doutorado são duas línguas estrangeiras, sendo que a aprovação da língua do mestrado pode (e é) considerada no processo. Em resumo, na realização das duas pesquisas (mestrado e doutorado), o indivíduo, por exemplo, teria que ser aprovado em exames de inglês e francês.
A questão, porém, é que os exames e o “Lattes” não demonstram efetivamente que os professores sabem determinada língua estrangeira. Assisti, uma vez em São Paulo, uma palestra de um importante historiador inglês. Tratava-se de um público bem específico, com doutores, mestres, doutorandos e mestrandos. Como em todo evento internacional, são disponibilizados (para a plateia) fones para a tradução simultânea. Levando em consideração a qualificação deste público específico e ainda que a palestra seria em inglês, seria de imaginar que poucas pessoas usariam os fones. Na prática, no entanto, aconteceu o oposto: a maioria absoluta precisou dos fones. Na hora das perguntas, alguns professores faziam a pergunta em português e um interprete a traduzia para o palestrante. Ou seja, os mestres e doutores presentes no auditório, apesar de terem sido aprovados em exames e do que escrevem em seus currículos no “lattes”, não compreendiam o que era dito em inglês e nem conseguiam(em sua maioria) fazer perguntas nesta língua.
Talvez isso seja um reflexo da vulgarização do conhecimento na atualidade. A maioria não lê. Quem lê, prefere sínteses rápidas encontradas principalmente na internet. Muitos ficam satisfeitos com as notícias de um telejornal. Os governantes brasileiros, como no longo descaso que tratam a educação, não ajudam. Ocorre o contrário: as lideranças do país (não só as governamentais) passam a ideia que seria um erro grave a pessoa investir nos estudos, fazer faculdade ou desenvolver pesquisas sérias. Neste contexto, os meninos sonham em ficar milionários jogando futebol. As meninas querem ser, quase a todo custo (basta ver o exemplo de programas como o Big Brother), celebridades.
O resultado de tudo isso, claro, é um país “raso” e “superficial”, que é conhecido internacionalmente pela corrupção, pela falta de uma identidade, pelas habilidades futebolísticas de seus jogadores e pela beleza de suas mulheres. Ainda assim, quase todos, aqui no Brasil, ainda ficam bastante irritados quando tratam o país como “turismo sexual” ou um lugar de pouca seriedade.
Os professores universitários brasileiros ainda utilizam velhas desculpas para justificar a falta de algo fundamental: a produção de conhecimento. Eles são, no geral, “repetidores” do que encontram nos livros traduzidos de outros autores. Trabalham basicamente com fontes secundárias. Não ousam publicar livros com bases em pesquisas científicas. As dissertações e teses, com a influência de supostas modas acadêmicas (como o estruturalismo, a “nouvelle histoire”, o fim da história, entre outras), acabam sendo resultados de pesquisas com poucas fontes primárias associadas aos temas do momento.
Outro problema é trabalhar com livros originais (e não os traduzidos). Alguns trabalhos até citam obras originais. No “Lattes”, os professores colocam que são “fluentes” em várias línguas estrangeiras. Para fazer o mestrado no país, é necessário ser aprovado em um teste de uma língua estrangeira. No doutorado são duas línguas estrangeiras, sendo que a aprovação da língua do mestrado pode (e é) considerada no processo. Em resumo, na realização das duas pesquisas (mestrado e doutorado), o indivíduo, por exemplo, teria que ser aprovado em exames de inglês e francês.
A questão, porém, é que os exames e o “Lattes” não demonstram efetivamente que os professores sabem determinada língua estrangeira. Assisti, uma vez em São Paulo, uma palestra de um importante historiador inglês. Tratava-se de um público bem específico, com doutores, mestres, doutorandos e mestrandos. Como em todo evento internacional, são disponibilizados (para a plateia) fones para a tradução simultânea. Levando em consideração a qualificação deste público específico e ainda que a palestra seria em inglês, seria de imaginar que poucas pessoas usariam os fones. Na prática, no entanto, aconteceu o oposto: a maioria absoluta precisou dos fones. Na hora das perguntas, alguns professores faziam a pergunta em português e um interprete a traduzia para o palestrante. Ou seja, os mestres e doutores presentes no auditório, apesar de terem sido aprovados em exames e do que escrevem em seus currículos no “lattes”, não compreendiam o que era dito em inglês e nem conseguiam(em sua maioria) fazer perguntas nesta língua.
Talvez isso seja um reflexo da vulgarização do conhecimento na atualidade. A maioria não lê. Quem lê, prefere sínteses rápidas encontradas principalmente na internet. Muitos ficam satisfeitos com as notícias de um telejornal. Os governantes brasileiros, como no longo descaso que tratam a educação, não ajudam. Ocorre o contrário: as lideranças do país (não só as governamentais) passam a ideia que seria um erro grave a pessoa investir nos estudos, fazer faculdade ou desenvolver pesquisas sérias. Neste contexto, os meninos sonham em ficar milionários jogando futebol. As meninas querem ser, quase a todo custo (basta ver o exemplo de programas como o Big Brother), celebridades.
O resultado de tudo isso, claro, é um país “raso” e “superficial”, que é conhecido internacionalmente pela corrupção, pela falta de uma identidade, pelas habilidades futebolísticas de seus jogadores e pela beleza de suas mulheres. Ainda assim, quase todos, aqui no Brasil, ainda ficam bastante irritados quando tratam o país como “turismo sexual” ou um lugar de pouca seriedade.