O PÓS-MODERNISMO, A MORTE DO HOMEM E O FIM DA HISTÓRIA
Ainda é divertido ler a paródia « Transgresser les frontières : vers une herméneutique transformative de la gravitation quantique » de Alan Sokal, aprovada pelos editores e publicada na revista (de estudos pós-modernos) “Social Text” em 1996.
A ideia do físico Alan Sokal era provar que os autores das ciências humanas utilizavam inadequadamente os conceitos da “física quântica” como forma de impressionar e de passarem uma imagem de pensadores sofisticados.
Causou muita polêmica na época. Ler o artigo em francês, sabendo do que aconteceu, facilita identificar os chavões usados por aqueles que defendem o pós-modernismo:
“Um terceiro aspecto da física quântica é a ‘descontinuidade’.” No original: “Un troisième aspect de la physique quantique est la ‘discontinuité’.” (Impostures intellectuelles, p. 339) ou
“(...) a ciência pós-moderna proporciona uma refutação poderosa ao autoritarismo e elitismo inerentes à ciência tradicional.” No original: “(...) la science postmoderne offre une puissante réfutation de l’autoritarisme e de l’elitisme inhérents à la science traditionnelle.” (Impostures intellectuelles, p. 339)
Além das expressões, chama a atenção a própria apresentação do artigo (com longas citações). Diante da polêmica causada, Alan Sokal explicou (no livro “Impostures Intellectuelles” - o co-autor da obra foi Jean Bricmont) em detalhes o que fez e a ainda mostrou as contradições em capítulos diferentes de autores como Jacques Lacan, Julia Kristeva, Jean Baudrillard, Paul Virilio, Gilles Deleuze e Félix Guattari.
Outra polêmica associada ao pós-modernismo foi a publicação do “Fim da História” por Francis Fukuyama em 1989. [§] Em primeiro lugar, Stuart Sim relaciona as duas teorias ao “endism”:
“‘Endism’ não é um novo fenômeno histórico. Muitas religiões previram o fim do mundo, no passado, muitas vezes, várias vezes. O que dá ao ‘endist’ uma nova abordagem, ou pelo menos de um certo agregado ‘frisson’, é o advento do novo milênio. (...) Períodos de ‘fin de siècle’ tradicionalmente têm sido altamente receptivos a tal ‘especulação apocalíptica'. Marcos cronológicos significativos são mais fáceis de serem fixados pela mente humana.” (Stuart Sim, Derrida and the End of History, p. 12-13) [§§]
Francis Fukuyama baseava a sua tese na decadência do comunismo do leste europeu, especialmente da extinta União Soviética. Fukuyama defendia ainda que a história teria chegado ao fim por causa da vitória do capitalismo:
“O triunfo do oeste, da ‘idéia’ do ocidente, é evidente, antes de tudo, no total esgotamento de alternativas sistemáticas viáveis ao liberalismo ocidental.” (Francis Fukuyama, “The end of the history?”, The National Interest, p. 1)*
Além dos seus ataques ao marxismo-leninismo, Fukuyama cita outras propostas de civilização que perderam espaço para o liberalismo, citando desde algumas religiões até o fracasso do nazismo. Nas suas análises e previsões, no entanto, Fukuyama erra ao tratar na religião muçulmana e de sua possível influência no mundo atual:
“No mundo contemporâneo, só o Islam tem oferecido um Estado teocrático como uma alternativa política ao liberalismo e ao comunismo. Mas a doutrina tem pouco apelo para os não-muçulmanos e é difícil acreditar que o movimento terá qualquer significado universal.” (Francis Fukuyama, “The end of the history?”, The National Interest, p. 19)**
Fukuyama escreveu o seu artigo em 1989 – quando o foco dos debates era a crise do comunismo – e ainda afirmou que dificilmente o islamismo teria um “significado universal”. Entretanto, não foi o que aconteceu após os ataques de 11 de setembro de 2001.
A derrubada das torres do World Trade Center tornaram-se um marco histórico relevante e o islamismo, em linhas gerais, assumiu o lugar do comunismo enquanto o principal inimigo da civilização ocidental.
Antes de Francis Fukuyama, houve outra polêmica quando Michel Foucault, em 1966, anunciou o que seria a “morte do homem”:
“O homem é uma invenção da arqueologia de nosso pensamento como mostra facilmente os dados mais recentes. E talvez esteja próximo do fim.” No original: “L'homme est une invention dont l'archéologie de notre pensée montre aisément la date recente. Et peut-être la fin prochaine.” (Les Mots e Les Choses, p. 398)
Essa seria uma questão central nos debates sobre o estruturalismo na década de 1960. Foucault reconhecia que “existia um ponto em comum entre aqueles que nos últimos quinze anos eram chamados de estruturalistas.” (Michel Foucault, Remarks on Marx, 1981, p. 56) Esse ponto dizia respeito à “primazia do sujeito”:
“(…) the need to oppose that set of philosophical elaborations, considerations, and analyses centered essentially on the theoretical affirmation of the primacy of the subject.” (Foucault, p. 85-86)
Até então, havia uma hegemonia do marxismo no discurso científico e aparecia como inquestionável a ideia de que “o homem seria o sujeito da história.” Mexer ou mesmo abandonar tal premissa teria gerado toda a confusão teórica nos anos 1960.***
A polêmica foi ainda maior porque entre os pensadores chamados de “estruturalistas” estava o filósofo “marxista” Louis Althusser. Ele também, na opinião de Foucault, criticaria os marxistas franceses e problematizaria a questão do sujeito:
“(...) Althusser (...) elaborou sua crítica ao marxismo francês, que estava imbuído de fenomenologia e humanismo e que fez a teoria da alienação (...) a base teórica para a tradução de análises políticas e econômicas de Marx em termos filosóficos. Althusser reverteu este ponto de vista. Voltando à análise de Marx, ele se perguntou se eles se manifestaram quanto a concepção da natureza humana, do sujeito, do homem alienado, etc, sobre a qual repousava as posições teóricas de certos marxistas (...) Sabemos que sua resposta foi radicalmente negativa.
Foi mais ou menos neste contexto de pensamento e de análise que foi resumido o termo ‘estruturalismo’, durante os anos 60. Mas não é uma simples questão de estruturalismo ou o método estruturalista - tudo isso serviu de base para a confirmação de algo muito mais radical: a de colocar em causa a teoria do sujeito.” (Foucault, p. 57-58) [¬]
O abandono da premissa (de que o homem seria o sujeito da história) gerou várias críticas aos estruturalistas, principalmente ao Michel Foucault, que foi associado, pelo pensador José Guilherme Merquior [¬¬] tanto ao niilismo como ao que ele chamou de neo-anarquismo. (p. 217-247).
Michel Foucault receberia críticas ainda do (ex) amigo Jean Baudrilard no livro “Esquecer Foucault” (RJ: Rocco, 1984). Ironicamente, o próprio Baudrilard foi objeto de crítica no livro “Impostures Intelectualles” (p. 203-211), citado anteriormente, e teve um capítulo dedicado a desmascarar as suas falhas e o seu discurso de metáforas que “aparentava profundidade nas observações banais da sociologia ou da história.” (p. 210)
Além das confusões teóricas, seria possível identificar alguma alternativa quanto ao pós-modernismo, estruturalismo ou niilismo? Frédéric Cossutta apresenta uma alternativa:
“Nestes tempos de desencanto, o ceticismo pode desempenhar um papel vital como um antídoto ao niilismo. Ele oferece uma oportunidade para pensar melhor e viver melhor.” No original: “En ces temps désenchantés, le scepticisme peut jouer un rôle essentiel, comme antidote au nihilisme. Il offre une possibilité de mieux penser e de mieux vivre.” (Magazine Littéraire, Janvier 2001, p. 22)
Cossutta refere-se ao ceticismo filosófico. Os céticos questionam, lutam contra toda forma de dogmatismo. Eles “querem produzir um determinado ‘efeito’ na mente e não lutam para descobrir verdades.” [No original: “Les sceptiques cherchent donc à produire un certain effect dans la pensée et non à decouvrir des vérites.” (Thomas Bénatouìl, Magazine Littéraire, Janvier 2001, p. 32)]
Apesar da existência de alguns pressupostos interessantes, o ceticismo filosófico parece ser uma teoria incompleta para dar conta da complexidade do mundo atual.
NOTAS:
[§] “The end of the history?” The National Interest, 16: 3-18, 1989.
Esse artigo encontra-se na internet:
http://ps321.community.uaf.edu/files/2012/10/Fukuyama-End-of-history-article.pdf
[§§] No original: “Endism is by no means a new historical phenomenon. Many a religion has forecast the end of the world in the past, often several times over. What gives endist thought a new twist, or at very least a certain added ‘frisson’, is the advent of new millennium. (…) ‘Fin de siècle periods traditionally have been highly receptive to such ‘apocalyptic’ speculation, of course. Significant chronological landmarks do tend to concentrate the mind in this regard.” (Stuart Sim, Derrida and the End of History, p. 12-13)
(*) No original: “The triumph of the West, of the Western ‘idea’, is evident first of all in the total exhaustion of viable systematic alternatives to Western liberalism.” (Francis Fukuyama, “The end of the history?”, The National Interest, p. 1)
(**) No original: “In the contemporary world only Islam has offered a theocratic state as a political alternative to both liberalism and comunism. But the doctrine has little appeal for non-Muslims, and it is hard to believe that the movement will take any universal significance.” (Francis Fukuyama, “The end of the history?”, The National Interest, p. 19)
*** Eu utilizei esses últimos parágrafos em outro texto com o título de “Estruturalismo, marxismo e mundo real”. Na internet:
http://educadorprofelipe.weebly.com/estruturalismo.html
(¬) “(…) Althusser (…) elaborated his criticism of French Marxism, which was imbued with phenomenology and humanism and which made the theory of alienation, in a subjectivist key, into the theoretical basis for translating Marx’s economic and political analyses into philosophical terms. Althusser reversed this point of view. Returning to Marx’s analyses, he asked himself if they themselves manifested that conception of human nature, of the subject, of alienated man, etc., upon which rested the theoretical positions of certain Marxists (…) We know that his answer was radically negative.
It was more or less this complex of thought and analysis that was summed up by the term ‘structuralism’ during the ‘60s. But it’s not a simply a matter of structuralism or the structuralist method – it all served as a basis for and a confirmation of something much more radical: the calling into question of the theory of the subject.” (Michel Foucault, Remarks on Marx, 1981, p. 57-58)
(¬¬) José Guilherme Merquior. Michel Foucault ou o Niilismo de Cátedra, RJ: Nova Fronteira, 1985.
Ainda é divertido ler a paródia « Transgresser les frontières : vers une herméneutique transformative de la gravitation quantique » de Alan Sokal, aprovada pelos editores e publicada na revista (de estudos pós-modernos) “Social Text” em 1996.
A ideia do físico Alan Sokal era provar que os autores das ciências humanas utilizavam inadequadamente os conceitos da “física quântica” como forma de impressionar e de passarem uma imagem de pensadores sofisticados.
Causou muita polêmica na época. Ler o artigo em francês, sabendo do que aconteceu, facilita identificar os chavões usados por aqueles que defendem o pós-modernismo:
“Um terceiro aspecto da física quântica é a ‘descontinuidade’.” No original: “Un troisième aspect de la physique quantique est la ‘discontinuité’.” (Impostures intellectuelles, p. 339) ou
“(...) a ciência pós-moderna proporciona uma refutação poderosa ao autoritarismo e elitismo inerentes à ciência tradicional.” No original: “(...) la science postmoderne offre une puissante réfutation de l’autoritarisme e de l’elitisme inhérents à la science traditionnelle.” (Impostures intellectuelles, p. 339)
Além das expressões, chama a atenção a própria apresentação do artigo (com longas citações). Diante da polêmica causada, Alan Sokal explicou (no livro “Impostures Intellectuelles” - o co-autor da obra foi Jean Bricmont) em detalhes o que fez e a ainda mostrou as contradições em capítulos diferentes de autores como Jacques Lacan, Julia Kristeva, Jean Baudrillard, Paul Virilio, Gilles Deleuze e Félix Guattari.
Outra polêmica associada ao pós-modernismo foi a publicação do “Fim da História” por Francis Fukuyama em 1989. [§] Em primeiro lugar, Stuart Sim relaciona as duas teorias ao “endism”:
“‘Endism’ não é um novo fenômeno histórico. Muitas religiões previram o fim do mundo, no passado, muitas vezes, várias vezes. O que dá ao ‘endist’ uma nova abordagem, ou pelo menos de um certo agregado ‘frisson’, é o advento do novo milênio. (...) Períodos de ‘fin de siècle’ tradicionalmente têm sido altamente receptivos a tal ‘especulação apocalíptica'. Marcos cronológicos significativos são mais fáceis de serem fixados pela mente humana.” (Stuart Sim, Derrida and the End of History, p. 12-13) [§§]
Francis Fukuyama baseava a sua tese na decadência do comunismo do leste europeu, especialmente da extinta União Soviética. Fukuyama defendia ainda que a história teria chegado ao fim por causa da vitória do capitalismo:
“O triunfo do oeste, da ‘idéia’ do ocidente, é evidente, antes de tudo, no total esgotamento de alternativas sistemáticas viáveis ao liberalismo ocidental.” (Francis Fukuyama, “The end of the history?”, The National Interest, p. 1)*
Além dos seus ataques ao marxismo-leninismo, Fukuyama cita outras propostas de civilização que perderam espaço para o liberalismo, citando desde algumas religiões até o fracasso do nazismo. Nas suas análises e previsões, no entanto, Fukuyama erra ao tratar na religião muçulmana e de sua possível influência no mundo atual:
“No mundo contemporâneo, só o Islam tem oferecido um Estado teocrático como uma alternativa política ao liberalismo e ao comunismo. Mas a doutrina tem pouco apelo para os não-muçulmanos e é difícil acreditar que o movimento terá qualquer significado universal.” (Francis Fukuyama, “The end of the history?”, The National Interest, p. 19)**
Fukuyama escreveu o seu artigo em 1989 – quando o foco dos debates era a crise do comunismo – e ainda afirmou que dificilmente o islamismo teria um “significado universal”. Entretanto, não foi o que aconteceu após os ataques de 11 de setembro de 2001.
A derrubada das torres do World Trade Center tornaram-se um marco histórico relevante e o islamismo, em linhas gerais, assumiu o lugar do comunismo enquanto o principal inimigo da civilização ocidental.
Antes de Francis Fukuyama, houve outra polêmica quando Michel Foucault, em 1966, anunciou o que seria a “morte do homem”:
“O homem é uma invenção da arqueologia de nosso pensamento como mostra facilmente os dados mais recentes. E talvez esteja próximo do fim.” No original: “L'homme est une invention dont l'archéologie de notre pensée montre aisément la date recente. Et peut-être la fin prochaine.” (Les Mots e Les Choses, p. 398)
Essa seria uma questão central nos debates sobre o estruturalismo na década de 1960. Foucault reconhecia que “existia um ponto em comum entre aqueles que nos últimos quinze anos eram chamados de estruturalistas.” (Michel Foucault, Remarks on Marx, 1981, p. 56) Esse ponto dizia respeito à “primazia do sujeito”:
“(…) the need to oppose that set of philosophical elaborations, considerations, and analyses centered essentially on the theoretical affirmation of the primacy of the subject.” (Foucault, p. 85-86)
Até então, havia uma hegemonia do marxismo no discurso científico e aparecia como inquestionável a ideia de que “o homem seria o sujeito da história.” Mexer ou mesmo abandonar tal premissa teria gerado toda a confusão teórica nos anos 1960.***
A polêmica foi ainda maior porque entre os pensadores chamados de “estruturalistas” estava o filósofo “marxista” Louis Althusser. Ele também, na opinião de Foucault, criticaria os marxistas franceses e problematizaria a questão do sujeito:
“(...) Althusser (...) elaborou sua crítica ao marxismo francês, que estava imbuído de fenomenologia e humanismo e que fez a teoria da alienação (...) a base teórica para a tradução de análises políticas e econômicas de Marx em termos filosóficos. Althusser reverteu este ponto de vista. Voltando à análise de Marx, ele se perguntou se eles se manifestaram quanto a concepção da natureza humana, do sujeito, do homem alienado, etc, sobre a qual repousava as posições teóricas de certos marxistas (...) Sabemos que sua resposta foi radicalmente negativa.
Foi mais ou menos neste contexto de pensamento e de análise que foi resumido o termo ‘estruturalismo’, durante os anos 60. Mas não é uma simples questão de estruturalismo ou o método estruturalista - tudo isso serviu de base para a confirmação de algo muito mais radical: a de colocar em causa a teoria do sujeito.” (Foucault, p. 57-58) [¬]
O abandono da premissa (de que o homem seria o sujeito da história) gerou várias críticas aos estruturalistas, principalmente ao Michel Foucault, que foi associado, pelo pensador José Guilherme Merquior [¬¬] tanto ao niilismo como ao que ele chamou de neo-anarquismo. (p. 217-247).
Michel Foucault receberia críticas ainda do (ex) amigo Jean Baudrilard no livro “Esquecer Foucault” (RJ: Rocco, 1984). Ironicamente, o próprio Baudrilard foi objeto de crítica no livro “Impostures Intelectualles” (p. 203-211), citado anteriormente, e teve um capítulo dedicado a desmascarar as suas falhas e o seu discurso de metáforas que “aparentava profundidade nas observações banais da sociologia ou da história.” (p. 210)
Além das confusões teóricas, seria possível identificar alguma alternativa quanto ao pós-modernismo, estruturalismo ou niilismo? Frédéric Cossutta apresenta uma alternativa:
“Nestes tempos de desencanto, o ceticismo pode desempenhar um papel vital como um antídoto ao niilismo. Ele oferece uma oportunidade para pensar melhor e viver melhor.” No original: “En ces temps désenchantés, le scepticisme peut jouer un rôle essentiel, comme antidote au nihilisme. Il offre une possibilité de mieux penser e de mieux vivre.” (Magazine Littéraire, Janvier 2001, p. 22)
Cossutta refere-se ao ceticismo filosófico. Os céticos questionam, lutam contra toda forma de dogmatismo. Eles “querem produzir um determinado ‘efeito’ na mente e não lutam para descobrir verdades.” [No original: “Les sceptiques cherchent donc à produire un certain effect dans la pensée et non à decouvrir des vérites.” (Thomas Bénatouìl, Magazine Littéraire, Janvier 2001, p. 32)]
Apesar da existência de alguns pressupostos interessantes, o ceticismo filosófico parece ser uma teoria incompleta para dar conta da complexidade do mundo atual.
NOTAS:
[§] “The end of the history?” The National Interest, 16: 3-18, 1989.
Esse artigo encontra-se na internet:
http://ps321.community.uaf.edu/files/2012/10/Fukuyama-End-of-history-article.pdf
[§§] No original: “Endism is by no means a new historical phenomenon. Many a religion has forecast the end of the world in the past, often several times over. What gives endist thought a new twist, or at very least a certain added ‘frisson’, is the advent of new millennium. (…) ‘Fin de siècle periods traditionally have been highly receptive to such ‘apocalyptic’ speculation, of course. Significant chronological landmarks do tend to concentrate the mind in this regard.” (Stuart Sim, Derrida and the End of History, p. 12-13)
(*) No original: “The triumph of the West, of the Western ‘idea’, is evident first of all in the total exhaustion of viable systematic alternatives to Western liberalism.” (Francis Fukuyama, “The end of the history?”, The National Interest, p. 1)
(**) No original: “In the contemporary world only Islam has offered a theocratic state as a political alternative to both liberalism and comunism. But the doctrine has little appeal for non-Muslims, and it is hard to believe that the movement will take any universal significance.” (Francis Fukuyama, “The end of the history?”, The National Interest, p. 19)
*** Eu utilizei esses últimos parágrafos em outro texto com o título de “Estruturalismo, marxismo e mundo real”. Na internet:
http://educadorprofelipe.weebly.com/estruturalismo.html
(¬) “(…) Althusser (…) elaborated his criticism of French Marxism, which was imbued with phenomenology and humanism and which made the theory of alienation, in a subjectivist key, into the theoretical basis for translating Marx’s economic and political analyses into philosophical terms. Althusser reversed this point of view. Returning to Marx’s analyses, he asked himself if they themselves manifested that conception of human nature, of the subject, of alienated man, etc., upon which rested the theoretical positions of certain Marxists (…) We know that his answer was radically negative.
It was more or less this complex of thought and analysis that was summed up by the term ‘structuralism’ during the ‘60s. But it’s not a simply a matter of structuralism or the structuralist method – it all served as a basis for and a confirmation of something much more radical: the calling into question of the theory of the subject.” (Michel Foucault, Remarks on Marx, 1981, p. 57-58)
(¬¬) José Guilherme Merquior. Michel Foucault ou o Niilismo de Cátedra, RJ: Nova Fronteira, 1985.