UNIVERSIDADES FECHADAS January 13, 2014
Os proprietários de IES (Instituições de Ensino Superior) particulares, desde a LDB de 1996, decidiram concorrer enfatizando a queda nos valores das mensalidades. A qualidade foi deixada de lado. As consequências foram as demissões de professores doutores e a criação de cursos sem laboratórios ou em lugares inadequados.
Se no governo FHC, havia o exame anual do Provão para avaliar os cursos superiores sob a ameaça de fechamento, no governo seguinte, do ex-presidente Lula, o exame foi abandonado e, na prática, a avaliação (das IES particulares) foi “relaxada”. O ensino superior particular tornou-se (quase) uma “terra sem lei”.
Depois de alguns anos, os resultados deste processo chegaram com a péssima classificação do Brasil em avaliações internacionais. Em 2012, a Universidade São Marcos de São Paulo foi fechada “após verificar irregularidade na oferta de cursos.”* Em 2013, Alexandre Rodrigues, em uma matéria para a Exame, alertava sobre duas universidades importantes do Rio de Janeiro:
“A Gama Filho e a UniverCidade, duas das maiores instituições de ensino do Rio de Janeiro, estão à beira da falência — mas seus antigos donos podem embolsar 150 milhões de reais.”** Agora no início de 2014, o fechamento da Universidade Gama Filho gerou vários problemas para alunos, professores e funcionários. Ocorreu também o fechamento da Faculdade Alvorada em Brasília:
“a instituição foi descredenciada pelo MEC no último dia 9 de setembro. Centro de ensino foi despejado por não pagar aluguel desde 2008.”***
A falência de uma universidade, centro universitário ou faculdade não significa sérios problemas para os proprietários, que ainda saem ganhando, como nos casos do Rio de Janeiro, “milhões de reais.”** Em outras palavras, os donos ganham e os problemas ficam com os alunos, professores, funcionários das instituições e, claro, a imagem do país na educação fica mais uma vez manchada, o que gera insegurança quanto aos novos alunos e, no exterior, os investidores desconfiavam ainda mais de um lugar em que a educação, especialmente o ensino superior (formador de mão-de-obra qualificada), não é tratada como prioridade pelas autoridades.
(*) MEC decide fechar universidade São Marcos; reitora anuncia mutirão para fazer transferências. UOL. 23/03/2012. http://educacao.uol.com.br/noticias/2012/03/23/mec-decide-fechar-universidade-sao-marcos-reitora-anuncia-mutirao-para-fazer-transferencias.htm
(**) Alexandre Rodrigues. Sala de aula vazia, bolso cheio na Gama Filho e UniverCidade. Exame. 02/08/2013. http://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/1046/noticias/sala-de-aula-vazia-bolso-cheio?page=2
(***) Procon fecha unidades da Faculdade Alvorada em Brasília. G1 09/10/2013. http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2013/10/procon-fecha-unidades-da-faculdade-alvorada-em-brasilia.html
Os proprietários de IES (Instituições de Ensino Superior) particulares, desde a LDB de 1996, decidiram concorrer enfatizando a queda nos valores das mensalidades. A qualidade foi deixada de lado. As consequências foram as demissões de professores doutores e a criação de cursos sem laboratórios ou em lugares inadequados.
Se no governo FHC, havia o exame anual do Provão para avaliar os cursos superiores sob a ameaça de fechamento, no governo seguinte, do ex-presidente Lula, o exame foi abandonado e, na prática, a avaliação (das IES particulares) foi “relaxada”. O ensino superior particular tornou-se (quase) uma “terra sem lei”.
Depois de alguns anos, os resultados deste processo chegaram com a péssima classificação do Brasil em avaliações internacionais. Em 2012, a Universidade São Marcos de São Paulo foi fechada “após verificar irregularidade na oferta de cursos.”* Em 2013, Alexandre Rodrigues, em uma matéria para a Exame, alertava sobre duas universidades importantes do Rio de Janeiro:
“A Gama Filho e a UniverCidade, duas das maiores instituições de ensino do Rio de Janeiro, estão à beira da falência — mas seus antigos donos podem embolsar 150 milhões de reais.”** Agora no início de 2014, o fechamento da Universidade Gama Filho gerou vários problemas para alunos, professores e funcionários. Ocorreu também o fechamento da Faculdade Alvorada em Brasília:
“a instituição foi descredenciada pelo MEC no último dia 9 de setembro. Centro de ensino foi despejado por não pagar aluguel desde 2008.”***
A falência de uma universidade, centro universitário ou faculdade não significa sérios problemas para os proprietários, que ainda saem ganhando, como nos casos do Rio de Janeiro, “milhões de reais.”** Em outras palavras, os donos ganham e os problemas ficam com os alunos, professores, funcionários das instituições e, claro, a imagem do país na educação fica mais uma vez manchada, o que gera insegurança quanto aos novos alunos e, no exterior, os investidores desconfiavam ainda mais de um lugar em que a educação, especialmente o ensino superior (formador de mão-de-obra qualificada), não é tratada como prioridade pelas autoridades.
(*) MEC decide fechar universidade São Marcos; reitora anuncia mutirão para fazer transferências. UOL. 23/03/2012. http://educacao.uol.com.br/noticias/2012/03/23/mec-decide-fechar-universidade-sao-marcos-reitora-anuncia-mutirao-para-fazer-transferencias.htm
(**) Alexandre Rodrigues. Sala de aula vazia, bolso cheio na Gama Filho e UniverCidade. Exame. 02/08/2013. http://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/1046/noticias/sala-de-aula-vazia-bolso-cheio?page=2
(***) Procon fecha unidades da Faculdade Alvorada em Brasília. G1 09/10/2013. http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2013/10/procon-fecha-unidades-da-faculdade-alvorada-em-brasilia.html