EDUCAÇÃO PETISTA: “MAQUIAGEM” OU REALIDADE ? [22/12/2010] December 22, 2010
No final do governo Fernando Henrique Cardoso, havia o medo dos donos de faculdades particulares de verem as suas instituições fechadas devido a péssima qualidade de ensino, que era revelada e divulgada nacionalmente pela avaliação do Provão.
No governo Lula, isso mudou, houve a criação de novas universidades e de novos institutos federais, além de existir uma política de interiorização do ensino superior. A maioria dos alunos, contudo, estuda na rede privada.
O que não aconteceu no governo Lula foi a fiscalização e o debate sobre a qualidade do ensino superior, sobretudo nas faculdades particulares – um dos resultados foi a demissão em massa de mestres e doutores na primeira década do século XXI (dos 10 anos, 8 foram sob a administração petista).
Talvez não seja por acaso, que, agora, em dezembro de 2010, tenha surgido a idéia de acabar com o Exame da OAB… Isso, mesmo considerando os dados divulgados pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo, que aplica uma prova aos universitários (ela não é obrigatória). 68 % dos alunos do sexto ano foram reprovados. A maioria não sabia informações básicas para o trabalho de um médico. Deve ser lembrado que o exame não funciona como o da OAB e que foi aplicado no Estado mais desenvolvido do país. Em depoimento ao jornal “Bom Dia Brasil”, no dia 22 de dezembro de 2010, o ex-ministro Abib Jatene afirmou: ” (…) muitas faculdades não têm serviços de emergência (…) hoje diz-se que o mercado seleciona, mas isso não pode ocorrer com todo curso…”
No contexto atual, foi apresentado o novo Plano Nacional de Educação (PNE) 2011-2020, que, entre os seus objetivos, estaria o aumento no número de estudantes no ensino superior, saindo dos atuais 13,9% para 33%.
Ao mesmo tempo, se na campanha eleitoral, o governo petista dizia que não haveria cortes, o que ocorreu, mesmo antes da posse da nova presidente, foi o oposto, sendo a educação uma das áreas escolhidas – por outro lado foi anunciado que haveria uma aumento de investimento no Bolsa Família (programa que, para os petistas, seria uma forma de distribuição de renda e, para os seus adversários, seria uma forma de garantir votos nas eleições).
No que diz respeito ao problema da educação, além dos cortes, o que existe é uma “maquiagem” feita com os índices e que é desmascarada pelas avaliações internacionais – o Brasil ainda possui um dos piores índices nesse setor, ficando entre os últimos países do “ranking”. Aliás, internamente, o presidente Lula gostava de falar do seu sucesso na política externa – enquanto fora do país, a imagem dele era exatamente o contrário.
Em suma, o auto-elogio não resolve problemas reais e enganar a população de um país não significa obter a aprovação do resto do mundo – por isso ainda sobrevivem regimes autoritários e totalitários no planeta.
Destacar, como ocorre com o novo PNE 2011-2020, que haverá um aumento no número de universitários e, em seguida, anunciar cortes na educação, significa admitir o que já existe: aumento quantitativo de estudantes no ensino privado, que não é fiscalizado adequadamente, que não contrata mestres e doutores e ainda se recusa reconhecer as atividades de pesquisa e extensão como funções básicas das universidades.
É simples: ou a qualidade na educação superior é levada a sério ou corremos o risco de ter a fama da Bolívia no mercado internacional. O presidente Lula terminou o seu mandato sendo piada em TVs e jornais no mundo inteiro. O problema é o país carregar essa imagem de não ser sério também no ensino superior.
No final do governo Fernando Henrique Cardoso, havia o medo dos donos de faculdades particulares de verem as suas instituições fechadas devido a péssima qualidade de ensino, que era revelada e divulgada nacionalmente pela avaliação do Provão.
No governo Lula, isso mudou, houve a criação de novas universidades e de novos institutos federais, além de existir uma política de interiorização do ensino superior. A maioria dos alunos, contudo, estuda na rede privada.
O que não aconteceu no governo Lula foi a fiscalização e o debate sobre a qualidade do ensino superior, sobretudo nas faculdades particulares – um dos resultados foi a demissão em massa de mestres e doutores na primeira década do século XXI (dos 10 anos, 8 foram sob a administração petista).
Talvez não seja por acaso, que, agora, em dezembro de 2010, tenha surgido a idéia de acabar com o Exame da OAB… Isso, mesmo considerando os dados divulgados pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo, que aplica uma prova aos universitários (ela não é obrigatória). 68 % dos alunos do sexto ano foram reprovados. A maioria não sabia informações básicas para o trabalho de um médico. Deve ser lembrado que o exame não funciona como o da OAB e que foi aplicado no Estado mais desenvolvido do país. Em depoimento ao jornal “Bom Dia Brasil”, no dia 22 de dezembro de 2010, o ex-ministro Abib Jatene afirmou: ” (…) muitas faculdades não têm serviços de emergência (…) hoje diz-se que o mercado seleciona, mas isso não pode ocorrer com todo curso…”
No contexto atual, foi apresentado o novo Plano Nacional de Educação (PNE) 2011-2020, que, entre os seus objetivos, estaria o aumento no número de estudantes no ensino superior, saindo dos atuais 13,9% para 33%.
Ao mesmo tempo, se na campanha eleitoral, o governo petista dizia que não haveria cortes, o que ocorreu, mesmo antes da posse da nova presidente, foi o oposto, sendo a educação uma das áreas escolhidas – por outro lado foi anunciado que haveria uma aumento de investimento no Bolsa Família (programa que, para os petistas, seria uma forma de distribuição de renda e, para os seus adversários, seria uma forma de garantir votos nas eleições).
No que diz respeito ao problema da educação, além dos cortes, o que existe é uma “maquiagem” feita com os índices e que é desmascarada pelas avaliações internacionais – o Brasil ainda possui um dos piores índices nesse setor, ficando entre os últimos países do “ranking”. Aliás, internamente, o presidente Lula gostava de falar do seu sucesso na política externa – enquanto fora do país, a imagem dele era exatamente o contrário.
Em suma, o auto-elogio não resolve problemas reais e enganar a população de um país não significa obter a aprovação do resto do mundo – por isso ainda sobrevivem regimes autoritários e totalitários no planeta.
Destacar, como ocorre com o novo PNE 2011-2020, que haverá um aumento no número de universitários e, em seguida, anunciar cortes na educação, significa admitir o que já existe: aumento quantitativo de estudantes no ensino privado, que não é fiscalizado adequadamente, que não contrata mestres e doutores e ainda se recusa reconhecer as atividades de pesquisa e extensão como funções básicas das universidades.
É simples: ou a qualidade na educação superior é levada a sério ou corremos o risco de ter a fama da Bolívia no mercado internacional. O presidente Lula terminou o seu mandato sendo piada em TVs e jornais no mundo inteiro. O problema é o país carregar essa imagem de não ser sério também no ensino superior.